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PROFISSIONAIS HIGH POTENTIAL EM 1º LUGAR

  • 25 DE February DE 2019
  • Simoni Missel
  • Artigos

Por Simoni Missel

 O ano de 2019 já dá claros sinais de que será extremamente competitivo. Muitas empresas têm planos de investimento e outras tantas em processo de expansão nacional e internacional, fruto de um novo ambiente político que motiva empresários. Nesse contexto, é importante frisar que o foco de qualquer negócio para manter-se competitivo será manter os profissionais High Potential engajados, interessados e fiéis.

 Para que os profissionais façam parte dos planos de evolução e expansão das companhias, é preciso acompanhar este movimento e buscar formas de perceber as tendências de maneira proativa. As transformações de mercado exigem conhecimentos e atitudes até então desconhecidos ou pouco demandados pelas organizações. Neste cenário, estamos considerando conhecimento técnico além de soft skills (habilidades comportamentais, como aprimoramento do autoconhecimento, identificação dos pontos de reforço, revisão de crenças e valores), que impactam nas atitudes pessoais e profissionais.

 Considerando estas transformações, os processos seletivos são promovidos a partir da ideia de buscar talentos, engajando o candidato no processo com ferramentas envolventes como mapeamento de competências, análise do fit cultural (aderência à cultura da companhia), uso de Machine Learning (capacidade das máquinas de aprender algo sozinhas a partir da observação ou reconhecimento de padrões, analisando dados e informações com o mínimo de intervenção humana), além de outras técnicas inovadoras.

 O Page Group, consultoria global de recrutamento, publicou recentemente os resultados de estudo e pesquisa econômica e profissional da América Latina. As conclusões apontam que 56% dos executivos entrevistados, em cargo de liderança, afirmaram terem planos de expansão no seu quadro de funcionários em 2019.

 Os dados também demonstraram que as áreas com maior perspectiva de expansão serão:

 vendas - 51%

operações - 45%

  • tecnologia & Inovação - 23%

 Estas 3 áreas acima citadas são as que apresentaram a maior carência de profissionais de alta qualificação em nosso mercado.

 Segundo a pesquisa, os empresários entrevistados apontaram o cumprimento de suas metas como sendo um dos maiores desa­fios para este ano. O receio de não alcançar as metas tornou-se a grande preocupação entre os executivos da América Latina. E acrescentam ainda que a princi­pal barreira para o sucesso é a otimização da performance dos profissionais de suas companhias (37%).

 Para mais da metade dos executivos entrevista­dos, uma das maiores dificuldades está no momento de contratar um execu­tivo para cargos de alta e média gerência: falta gente qualificada.

 Estamos diante de um paradoxo. Vivemos um tempo em que a taxa de desemprego alcançou o índice de 11,6% em dezembro de 2018, atingindo 12,2 milhões de brasileiros, e ao mesmo tempo, a maior preocupação dos executivos da América Latina é com a carência de profissionais High Potential, atualizados e preparados para preencher vagas exigidas para um novo mercado.

 Como causadores deste paradoxo econômico e profissional encontramos, de um lado, as possibilidades limitadas de ensino, com abordagens pouco inovadoras e escassos centros de pesquisa de desenvolvimento na América Latina. De outro, o desinteresse das pessoas na busca de conhecimento, atualização e soft skills adequados a realidade atual.

 Atualmente, nossa demanda está mais próx­ima de cenários semelhantes à Espanha e Itália, onde há posições e profissionais dis­poníveis; no entanto, não são mais as qualificações técnicas as mais requisitadas.

 Sabemos que o Brasil, se comparado a outros países, está aquém do esperado frente aos temas relacionados à inovação. Precisamos admitir um déficit de qualificação dos nossos profissionais. Não podemos esquecer que, em um mercado de per­fil competitivo como o que se apresenta, vence aquele que tem maiores recursos para garantir o desenvolvimento. Isso serve para Empresas e Pessoas.

 As empresas da América Latina, segundo resultados da pesquisa do Page Group, afirmaram que o seu maior desafio nos próximos 12 meses é a criação de um mindset de mudança e pro­gresso em seus colaboradores (38%).

 A tecnologia estará disponível e barata para todos. Portanto, serão as pessoas as responsáveis pelo diferencial das organizações. Este é o motivo pelo qual os profissionais High Potentials estão em 1º lugar, e eles sabem disto. Outra grande dificuldade das empresas, está na falta de fidelidade destes profissionais com seus vínculos empregatícios (26%), pois preferem ter a liberdade de transitar entre projetos e rentabilizar melhor seu trabalho, do que depender apenas de uma empresa.